Tributo à Stelinha Egg: A grande cantora do Paraná
O roteiro, escrito pela poeta Etel Frota, vai recordar os principais momentos musicais da cantora paranaense que fez parte do elenco de intérpretes da Rádio Tupi, São Paulo e Cultura, em plena época de ouro do rádio no Brasil. A gravação é pontuada pela voz da própria Stelinha com trechos de sua entrevista com o jornalista Aramis Milarch. “A história da cantora será contada por ela mesma. Acredito que conseguimos fazer um recorte da personalidade dessa grande artista paranaense”, comenta Etel que também realizou a pesquisa histórica e musical. O projeto oferece, como contrapartida social, todas as canções e depoimentos de Stelinha Egg com tradução simultânea em libras.
A apresentação é dividida em vários momentos musicais da artista, que se traduz num repertório elegante e sem concessões. “Stelinha cantou aquilo que gostava de ouvir. Seu repertório sempre foi fruto de uma intensa pesquisa da música brasileira com temas regionais, canções infantis, modas de viola, modinhas e toadas que vão desde o tradicional cancioneiro brasileiro até compositores contemporâneos, além de um vasto repertório de canções de Dorival Caymmi. O que unia esse repertório tão eclético foi a marca pessoal que Stelinha imprimia em suas interpretações e que a tornou a grande cantora do Paraná”, avalia Rodrigo Browne, diretor do musical.
O projeto: “Tributo à Stelinha Egg: A grande Cantora do Paraná” foi realizado com recursos do programa de apoio e incentivo à cultura – Fundação Cultural de Curitiba, da Prefeitura Municipal de Curitiba e do Ministério do Turismo.
Stelinha Egg
Cresceu recebendo a influência do ambiente musical existente em sua família e com cinco anos começou a cantar em festas da Igreja Evangélica. Sua carreira profissional se iniciou na Rádio Clube Paranaense, em Curitiba (PR). Venceu um concurso de melhor intérprete do folclore brasileiro e foi contratada a partir daí pela Rádio Tupi de São Paulo, para onde transferiu-se logo depois.
Na capital paulista trabalhou nas Rádios São Paulo e Cultura. No início da década de 40, transferiu-se para a Rádio Tupi do Rio de Janeiro, onde apresentou-se ao lado de Dorival Caymmi e Sílvio Caldas. Em 1944, gravou seu primeiro disco, pela gravadora Continental, interpretando a toada "Uma lua no céu... outra lua no mar" (Jorge Tavares e Alaíde Tavares), e o coco "Tapioquinha de coco" (Jorge Tavares e Amirton Valim).
No ano de 1945, casou-se com o maestro Lindolfo Gaya, que conhecera na Rádio Tupi, de São Paulo, e que a partir daí trabalharia nos arranjos de suas músicas entre elas o samba canção "Terra seca" (Ary Barroso) e o baião "Catolé" (Humberto Teixeira e Lauro Maia). Em 1950 foi eleita a Melhor Cantora Folclórica no Congresso Internacional de Folclore, em Araxá (MG).
Em 1952, gravou a rancheira "Toca sanfoneiro", dela e Luiz Gonzaga, e a canção "Luar do sertão", de Catulo da Paixão Cearense. Em 1953, começou a gravar obras de Dorival Caymmi como as canções "O mar", "O vento", o samba canção "Nunca mais" e ainda os batuques "Noite de temporal" e "A lenda do Abaeté".
Entre 1955 e 1956 excursionou à Europa, apresentando-se na URSS, França, Polônia, Finlândia, Itália e Portugal, acompanhada do maestro Lindolfo Gaya.
Dedicada ao estudo e pesquisa do folclore brasileiro, gravou diversas composições de domínio público e folclóricas, com diversos LPs dedicados a distintos aspectos da música popular e folclórica, entre os quais: "Modas e modinhas", com modas de viola e modinhas, antigas e modernas; "Vamos todos cirandar", com canções de roda; e "Músicas do nosso Brasil", com canções tradicionais brasileiras.
A gravação do projeto “Tributo à Stelinha Egg: A Grande Cantora do Paraná” foi realizada na Sala Marita França, dentro da Casa Heitor Stockler de França, unidade do Sesi Paraná, respeitando os protocolos e as recomendações preventivas para enfrentamento da Covid-19, com todas as normas de segurança para garantir a saúde de todos envolvidos no projeto.
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